sábado, 29 de julho de 2017

Segregação urbana - segregação socioespacial.





Manuel Castells analisa o processo de segregação sócio-espacial como reflexo da distribuição espacial das diversas classes sociais, de acordo com o nível social dos indivíduos, sendo que esta tem determinações políticas, econômicas e ideológicas.
Santos (1981) já definia a periferia não apenas do ponto de vista morfológico, mas mostrava seu menor grau de coesão ou participação na estruturação da cidade e lhe atribuía um conteúdo social muito peculiar, quando tratava das cidades localizadas em países subdesenvolvidos.
Martins adverte para a impropriedade do uso indiscriminado do conceito de periferia e distingue-o do conceito de subúrbio:
A concepção de subúrbio cedeu lugar, indevidamente, à concepção ideológica de “periferia”, um produto de neopopulismo cuja elaboração teve a contribuição do próprio subúrbio para distinguir-se dos deteriorados extremos de uma ocupação antiurbana do solo urbano, para distinguir-se do amontoado de habitações mal construídas, precárias, provisórias, inacabadas, sem infra-estutura que começaram a se disseminar. [...]
O subúrbio é a negação da periferia. É, aliás, por excelência, o espaço da ascensão social, diferente da periferia que é o espaço do confinamento nos estreitos limites da falta de alternativas de vida. [...]
O problema da periferia é o do desenvolvimento econômico. O problema do subúrbio é o do desenvolvimento social, o da realização ampla das promessas de desenvolvimento econômico que o subúrbio já conheceu. (Martins, 2001, p. 78-79).

Um comentário: