Manuel Castells analisa
o processo de segregação sócio-espacial como reflexo da distribuição espacial
das diversas classes sociais, de acordo com o nível social dos indivíduos,
sendo que esta tem determinações políticas, econômicas e ideológicas.
Santos (1981) já
definia a periferia não apenas do ponto de vista morfológico, mas mostrava seu
menor grau de coesão ou participação na estruturação da cidade e lhe atribuía
um conteúdo social muito peculiar, quando tratava das cidades localizadas em
países subdesenvolvidos.
Martins adverte para a
impropriedade do uso indiscriminado do conceito de periferia e distingue-o do
conceito de subúrbio:
A concepção de subúrbio
cedeu lugar, indevidamente, à concepção ideológica de “periferia”, um produto
de neopopulismo cuja elaboração teve a contribuição do próprio subúrbio para
distinguir-se dos deteriorados extremos de uma ocupação antiurbana do solo
urbano, para distinguir-se do amontoado de habitações mal construídas,
precárias, provisórias, inacabadas, sem infra-estutura que começaram a se
disseminar. [...]
O subúrbio é a negação
da periferia. É, aliás, por excelência, o espaço da ascensão social, diferente
da periferia que é o espaço do confinamento nos estreitos limites da falta de
alternativas de vida. [...]
O problema da periferia
é o do desenvolvimento econômico. O problema do subúrbio é o do desenvolvimento
social, o da realização ampla das promessas de desenvolvimento econômico que o
subúrbio já conheceu. (Martins, 2001, p. 78-79).
Morumbi,retrato da desigualdade sem limite
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